1990/1999

Em 1990 0 Prémio Valmor e Municipal de Arquitectura foi atribuído a um conjunto de residências [91] ,
localizadas na Rua do Século, 107-109, Rua da Academia das Ciências, 2, e Travessa da Horta, 2-6, um projecto dos arquitectos João Paiva Raposo de Almeida, Pedro Lancastre Ferreira Pinto e Pedro Emauz e Silva, para a SINVAC Sociedade de Investimentos Imobiliários e Industriais Lda.
Reorganizando todo o espaço de um dos antigos palacetes existente na zona, aproveita volumetrias de edifícios preexistentes, reformulando-as e ampliando-as, tratando-o como um condomínio fechado sob diversas formas.
Diz 0 júri «que este projecto introduz de uma forma sensível novos valores numa zona antiga da cidade». Neste mesmo ano foi também atribuída uma Menção Honrosa a um prédio misto [92]
(habitação/comercio), um projecto dos arquitectos José Lobo de Carvalho e João Paiva Raposo de Almeida para HCI-Construções, Lda., situado na Avenida 5 de Outubro, 250, esquina com a Avenida das Forças Armadas, 22. Sobre este projecto 0 júri refere que «.. reinterpreta o problema das esquinas num quarteirão das Avenidas Novas, podendo representar um valor paradigmático>,.
Em 1991 0 Premio Valmor e Municipal de Arquitectura coube a Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Lisboa [93],
um projecto do arquitecto Manuel Mendes Tainha para a Universidade de Lisboa, situada na Alameda da Universidade, Cidade Universitária.
O edifício apreende 0 sítio relacionando-se com a formalidade da alameda e com a informalidade da antiga Rua do Malpique, aproveitando tal facto para resolver a relação entre os eixos de modo a organizar os dois sectores, a partir de entradas/fachadas diferentes.
Uma Menção Honrosa foi atribuída a um edifício de habitação [94],
situado na Avenida Mª Helena Vieira da Silva, 14, e Rua Professor Salazar de Sousa, 22, um projecto do arquitecto Luiz Amilcar de Almeida Moreira para Vitor Silva Ribeiro, Irmãos Lda., SOTIF, SCO, VAR e LERIMO.
No ano de 1992 não foi atribuído qualquer Premio Valmor e Municipal de Arquitectura.
Em 1993 0 Prémio Valmor e Municipal de Arquitectura foi atribuído ao Complexo das Amoreiras [95],
Torres das Amoreiras, Lda., Mundicenter-Soc. Imobiliária SA e LONLIS-Emp. Imobiliários Amoreiras SA, situado na Avenida Duarte Pacheco, lotes 7-7 A.
Conjunto situado num ponto alto de Lisboa, a sua imagem tornou-se num ponto de referência da cidade. Obra pertencente a arquitectura Post-Moderna, nela se encontram referencias ao lugar onde foi implantada e ao uso da cor que aqui se toma inovador.
Apesar de só terem sido apresentadas algumas das parcelas, 0 júri decidiu atribuir 0 prémio a todo o complexo, considerando que ele conferiu uma nova singularidade à cidade de Lisboa.
Também em 1993 foram atribuídas duas Menções Honrosas. Uma delas premiou a Escola Superior de Comunicação Social [96],

um projecto do arquitecto João Luís Carrilho da Graça para 0 Instituto Politécnico de Lisboa, situado na Rua Carolina Michaelis de Vasconcelos.
É de destacar 0 enquadramento e a relação do edifício com 0 sítio. 0 seu corpo pousa sobre uma colina na Quinta de Marrocos, no meio de uma densa zona urbana, desenvolvendo-se ao longo da sua extensão. 0 ambiente proporcionado pela envolvente leva 0 autor a usar 0 ângulo recto, numa tentativa de impedir a sua diluição na paisagem.
Nesta obra 0 júri destaca a «expressa tendência da arquitectura de uma geração mais recente... de modo peculiar na procura de novas soluções arquitectónicas».
Outra Menção Honrosa coube ao Instituto para 0 Desenvolvimento de Gestão Empresarial (ISCTE) [97],

um projecto do arquitecto Raul Hestnes Ferreira para 0 ISCTE (Instituto Superior das Ciências do Trabalho e da Empresa), situado na Avenida Professor Aníbal Bettencourt.
O júri destaca desta obra a« ...linguagem depurada, criando um ritmo harmónico a partir da fenestração e dos elementos verticais, com domínio total da composição…(numa) fidelidade à expressão plástica do movimento moderno”
Em 1994 0 Prémio Valmor e Municipal de Arquitectura foi atribuído a um edifício de habitação [98]

situado na Rua Professor Cavaleiro Ferreira, 4, e Rua José Escada, 3, um projecto do arquitecto João Ângelo Paciência para a Habiparque-Cooperativa de Habitação CRL. Sobre este edifício, 0 júri destaca a «aplicação da cultura e praxis arquitectónica num programa habitacional, normalmente espartilhado por regulamentos e pressões diversas». Considera ainda 0 edifício como um «notável discurso com inovação, plasticidade, rigor e criatividade».
Foi ainda atribuída uma Menção Honrosa ao edifício do Banco Nacional Ultramarino [99],

um projecto do arquitecto Tomas Cardoso Taveira para 0 Banco Nacional Ultramarino.
Ocupando um Local importante na estrutura da cidade, 0 júri destaca nesta obra a utilização de um «...elemento mítico do imaginário popular, a guitarra (...) impondo-se de forma marcante e inovadora no quotidiano da cidade».
No ano de 1995 nenhum Premio Valmor e Municipal de Arquitectura foi atribuído.
Em 1996 0 júri decidiu atribuir apenas uma Menção Honrosa ao edifício da Companhia de Seguros Metrópole SA [100]
situado na Rua Barata Salgueiro, 41, um projecto do arquitecto Henrique Lami Tavares Chico para a Companhia de Seguros Zurich, S.A.
Trata-se de um edifício de escritórios nos quais se recupera uma fachada do início do século e se acrescenta um novo volume.
Sobre este edifício 0 júri considera-o um «projecto (que) expressa um acto correcto de reinterpretação do edifício num evidente respeito pelo existente, valorizando e adaptando 0 imóvel a novos usos, mantendo a matriz».
A partir de 1997 não foram atribuídos prémios. Em 2003/2004 foram estes concedidos retroactivamente.
O Prémio Valmor de 1997 coube ao Edifício Bagatela (101),
um projecto dos arquitectos João M. H. Duarte Ferreira e Miguel Sousa para o Pátio Bagatella Empreendimentos Imobiliários S.A., situado na Rua Artilharia Um, 45-51, esquina coma Travessa da Légua da Póvoa, 11-17, tendo os projectos de execução sido ultimados em 1993 e a obra concluída em 1996.
«Com um programa multifuncional, de habitação, escritórios e comércio, o projecto teve como intenção dominante a criação de um conjunto de espaços exteriores comuns, semi-públicos ou privados, articulando percursos, galerias e pracetas (…)” in Memória Descritiva do Projecto.
Foi, ainda atribuída uma Menção Honrosa ao Edifício Administrativo da Parque Expo [102],
um projecto dos arquitectos João de Almeida, Pedro Ferreira Pinto e Pedro Emauz Silva, Grupo Arqui Ill, para Parque Expo S.A, situado na Avenida D. João II, lote 1.07.2.1.
«A sua localização central dentro do quarteirão corresponde a uma opção de utilização condominal futura (...) garantindo um percurso pedonal pela transversal do conjunto. Não se escamoteando uma certa carga simbólica na composição que permitisse relaciona-Io com o tema dos Oceanos, ao utilizar elementos como velas em toldos e difusores e, finas redes brancas nas protecções solares das fachadas, procuramos conceber um Edifício que se comportasse de forma correcta em face das exposições solares principais (...). A criação de um Átrio coberto em vidro, de grandes dimensões (...) corresponde à selecção de conceitos de Ventilação natural e de Displacement ventilation.» in Memoria Descritiva do projecto.
Em relação ao ano de 1998, foram premiados quatro edifícios concebidos para a exposição, dois com Premio Valmor e dois com Menção Honrosa. Um quinto prémio, também Menção Honrosa, coube ao Edifício Vitoria.
Um dos edifícios premiados com o Premio Valmor foi o Pavilhão de Portugal [103],

localizado na Alameda dos Oceanos, lote 2.12.01, um projecto do arquitecto Álvaro Siza Vieira para a Parque Expo S.A. «O edifício é constituído por dois corpos separados por uma junta de construção:
Corpo A Coberto suspenso de dois pórticos (...). Este coberto define uma ampla área destinada a actos públicos e representações (...)servindo também como espaço de acesso ao Pavilhão.
Corpo B Edifício de dois pisos e cave (...). Os três pisos do edifício designado por Corpo B desenvolvem-se em torno de um pátio (.. .), aterrado ate a cota do rés-do-chão (...). O Corpo B está longitudinalmente dividido em duas áreas: - Área Expositiva, do lado Poente; - Área Nascente, voltada ao rio.» in Memoria Descritiva
O outro edifício premiado com o Valmor foi o Pavilhão do Conhecimento dos Mares [104].
Situado na Alameda dos Oceanos, lote 2.09.02, e um projecto do arquitecto João Luis Carrilho da Graça para a Parque Expo S.A..
«É constituído fundamentalmente por um volume vertical, (...) o centro do espaço expositivo e por um outro horizontal rasgado por um pátio de acesso. (..,.) O volume vertical e o horizontal suspenso cruzam-se megaliticamente em betão branco. (...) 0 acesso ao edifício faz-se a partir da Praça Central onde rampas em espiral definem o percurso ate ao Átrio da Entrada» in Memoria Descritiva
Em relação as Menções Honrosas, uma foi atribuída ao Oceanário e Edifício de Apoio [105],
situado na Esplanada D. Carlos I, lote 2.09.02, Doca dos Olivais, um projecto do arquitecto Peter Chermayeff para Oceanário de Lisboa SA..
Ocupa «um lugar central em plena doca dos Olivais, de forma a desenvolver 0 edifício de maneira similar a uma embarcação (...) cuja principal característica fosse a omnidireccionalidade da sua própria forma e, também, a capacidade de se erguer da água como (...) um gigantesco compasso orientado simultaneamente aos quatro quadrantes (...). Em terra, um segundo edifício, que se liga ao primeiro através de uma ponte pedestre (...) garante todas as restantes funções» in Memoria Descritiva
Outra Menção Honrosa foi atribuída ao Pavilhão Multiusos [106],
um projecto dos arquitectos Regino Cruz e Nicholas Jacobs (SOM) para Atlântico, situado na Alameda dos Oceanos, lote 2.13.01,
«Tratando-se de um edifício de grande volume, reduziu-se a percepção da sua imagem exterior, assumindo [uma] cota de implantação (...) abaixo do nível do solo (...). De um modo geral, caracteriza-se esta solução por: enaltecimento da imagem exterior do Pavilhão, peia escadaria circundante (...), cobertura da construção de curva branda (...), criação de ampla área de circulação e convívio» in Memoria Descritiva
Por fim, a ultima Menção Honrosa deste ano coube ao Edifício Vitoria [107],
um projecto do arquitecto Fernando C. da Silva Pinheiro para Vitoria Seguros, S.A. Situado na Avenida da Liberdade, 196 a 200, apresenta uma linguagem moderna que teve em conta condicionalismos próprios de uma zona urbana delicada, em fase de transformação.
Relativamente ao ano de 1999, o júri decidiu apenas atribuir uma Menção Honrosa à Faculdade de Medicina Veterinária [108],
um projecto do arquitecto João Lúcio Lopes para a Universidade Técnica de Lisboa, situado na Rua Professor Cid dos Santos, no Alto da Ajuda, obra realizada entre 1995 e 1998.
«Construiu-se o edifício como se fosse um conjunto urbana: definiram-se percursos, atravessamentos, ruas, praças, enquadramentos, transparências e opacidades. Tipologias diversas, para vários programas de ocupação, enquadram soluções arquitectónicas diferenciadas num conjunto que se pretendeu marcadamente unitário» in Memoria Descritiva
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