1950/1959

O Prémio Valmor de 1950 foi atribuído a uma moradia

do Restelo, de Joaquim Cantante Mota, situada na R. Duarte Pacheco Pereira, nº37 (encosta da Ajuda) na freguesia de St.ª Maria de Belém. Projectada pelo Arq. Alberto José Pessoa, esta moradia afirma-se como o primeiro exemplo de uma composição manifestamente moderna, como bem merecedora de distinção de prémio. Caracterizada por dimensões modestas é ocultada pelas sebes e arbustos e sem qualquer identificação que a faça sobressair das outras moradias, passa despercebida. Em 1950 é atribuído o Prémio Municipal de Arquitectura ao Cinema São Jorge (52),

situado na Av. da Liberdade, nº 175. Sendo uma encomenda da Sociedade Anglo-Portuguesa de Cinemas, o Cinema S. Jorge, projectado pelo Arq. Fernando Silva, é considerado uma novidade na arquitectura central de Lisboa. A opção por obras modernas teve continuidade neste período , que foi igualmente marcado por uma irregularidade de prémios atribuídos e por uma clara oposição “ideológica” entre os do antigo regime e os das obras «politicamente» diversas.Em 1951, o Prémio Municipal de Arquitectura foi atribuído a uma obra do Arq. Francisco Caetano Keil do Amaral (1910-1975). Esta obra situada na Avenida D. Vasco da Gama, nº2 na freguesia St.ª Maria de Belém, traduz uma nova tendência expressa na arquitectura e urbanismo. A moradia unifamiliar (53)

manifesta particularidades próprias do cliente António de Souza Pinto, presentes na disposição do espaço e na decomposição da multidimensionalidade dos elementos das fachadas. Sem dúvida funcionalista,apresenta volumetria geral menos rígida. A concepção da casa é sujeita à melhor orientação solar possível e às necessidades próprias. Em 1952 recebeu título de Prémio Valmor o prédio de habitação (54)

projectado pelos Arqts. Fernando Silva e o Arq. João Faria da Costa, situado Av. do Restelo, nº 23 – 23A. Esta obra teve como promotor Américo Serpa e Melo Queiroz A progressiva tercialização, evidente a partir da década de 60, traduziu-se na discrepância entre o planeamento traçado e a situação real dos bairros de barracas que caracterizavam os arredores da capital. Perante tais problemas urbanos, tornou-se urgente por parte da Câmara, Municipal de Lisboa, a realização de Planos de Urbanização. O prémio Municipal de Arquitectura de 1954 distinguiu uma das mais inovadoras experiências que se caracterizou por aplicar os novos princípios do urbanismo moderno estabelecidos na Carta de Atenas (1933). Os Edifícios de Habitação

do chamado Bairro das Estacas situa-se na Rua Bulhão Pato, nº 2-14 (Bairro das Estacas) na freguesia de Alvalade. Esta encomenda, feita pela Câmara Municipal de Lisboa aos arquitectos Ruy Jervis Athouguia (1917-) e Sebastião Pedro Leal Formosinho Sanches (1922-), incidiu na alteração de dois quarteirões previstos no “ Plano de Urbanização do sítio de Alvalade”.A proposta, baseada num conjunto de blocos de edifícios, paralelos entre si mas perpendiculares ao eixo viário, representa um traçado racionalista em trocar de tradicionais quarteirões que eram previstos. Os blocos assentes sobre “pilotis” permitiram a criação de uma extensa superfície verde, que qualificou uma pequena parte da cidade, onde a separação de percursos é constante. Cada habitação, em “duplex” ou não, tem acesso a uma espaçosa varanda que recebe sol nascente ou Poente. Em 1956 o prémio municipal coube ao Conjunto Habitacional (56)

situados na Av. Infante Santo, nº 70 (Bloco nº2) pertencentes à freguesia da Lapa.Este conjunto foi desenvolvido pelos arquitectos; Alberto José Pessoa, Hernâni Guimarães Gandra (1914-1988) e João Abel Carneiro de Moura Manta; sendo o promotor a Câmara Municipal de Lisboa. Caracterizou-se, tal como o chamado Bairro das Estacas, dentro de uma linguagem moderna, em que os edifícios surgem, mais uma vez, perpendiculares ao eixo da via, contrariando o desenho tradicional proposto no plano. Em 1957 o prémio municipal vai para o Conjunto Habitacional (57)

da Av. da Estados Unidos da América, nº 12-40 A (antigo Lote 367) na freguesia S. João de Brito. Este facto acontece depois de conquistada a imagem provinciana do primeiro momento de Alvalade. Mais uma vez, a Câmara Municipal de Lisboa foi o cliente. Neste projecto os arquitectos Manuel Maria Cristóvão Laginha (1919-1985), Pedro Anselmo Freire Braancamp Cid (1925-1983) e João de Barros Vasconcelos Esteves (1924-); encontravam-se a desenvolver os princípios da cidade em movimento. Desta forma, a longa série de blocos perpendiculares ao eixo da via e assentes sobre pilotis, permitiu a continuidade das plataformas ajardinadas e dos percursos pedonais. A década de 50 também ficou marcada por um considerável crescimento do trabalho liberal, para Organismos Oficiais, Câmaras Municipais, Caixas de Providência, novos empreendimento … sendo ensaiados novos princípios de concepção de espaço urbano. O Valmor de 1958, coube ao Edifício dos Laboratórios Pasteur (58),

situado na Av. Marechal Gomes de Costa, sendo o proprietário Virgilio Leitão. Um projecto de Carlos Manuel Oliveira Ramos, considerado um dos pioneiros da arquitectura Moderna em Portugal.Até à data, é a 1ª vez que se distingue um edifício Industrial com o Prémio Valmor. Sendo este edifício de boa qualidade, está entre as mais expressivas obras representantivas da arquitectura desse período. Este edifício Industrial é marcante na evolução da arquitectura do séc. XX pois revela a imagem funcionalista da arquitectura moderna mais directamente ligada às necessidades imediatas da produção mecanista, espécie de modelo estrutural económico Este integra-se perfeitamente dentro dos cânones da arquitectura internacional, possui formas geométricas simples, implantação liberta do alinhamento da rua (característica rara), que divulga a implantação subordinada a melhor orientação.Actualmente funciona como Universidade Independente. Em 1959 O Prémio Valmor não foi atribuído A interrupção na atribuição do Valmor estava relacionado com o facto de o júri lamentar a falta de qualidade das obras que lhe eram apresentadas perante as condições normais do prémio.


1960/1969
1961 O Prémio Valmor não foi atribuído
Em 1962, o Arq. Francisco Keil do Amaral é premiado com o Valmor, sendo o único existente em sua carreira.
Tal facto resultou da sua obra, o Edifício de Habitação

promovido por Ernesto da Silva Brito, situada na Rua Almirante António Saldanha, nº 44 (Restelo), na Freguesia S. Francisco de Xavier.
Nesta pequena moradia verifica-se que o arquitecto ao usufruir do declive apresentado pelo terreno proporciona espaços com certa intimidade, revelando uma elaboração cuidada com os pormenores e com a escolha dos materiais, que reflectem a coerência e a economia dos meios manifestados.
Apesar do uso de materiais e formas simples e equilibradas, como é hábito deste arquitecto, nota-se influências de arquitectura nortenha principalmente, quando se refere no tratamento das coberturas.
(1962-1967) O Prémio Valmor não foi atribuído
Em 1967 recebeu título de Prémio Valmor o edifício de habitação

projectado pelo Arq. Nuno Teotónio Pereira e do Arq. António Pinto Freitas, situado na Rua General Silva Freire, nº 55 – 55 A (Olivais Norte) pertencente à Freguesia St.ª Maria dos Olivais.
Esta obra teve como promotor; a Sociedade Cooperativa
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