1940/1949

Nesta década conturbada foram atribuídos oito Prémios Valmor. Foi também nesta década que se instituíram os Prémios Municipais de Arquitectura, a partir de 1943 e perdurariam até à década seguinte, tendo-se fundido com o Valmor em 1982.
Em relação aos Prémios Valmor, o primeiro desta década, em 1940, coube ao edifício do Diário de Noticias (38),

situado na Avenida da Liberdade, 266, um projecto do arquitecto Porfírio Pardal Monteiro para a Empresa Nacional de Publicidade.
Edifício enquadrado na estética modernista, concebido para alojar a administração, a redacção, um hall para o público e também as instalações industriais do jornal, destacam-se na fachada para a avenida elementos características da linguagem moderna como a iluminação fluorescente (no lettering) e no uso de elementos gráficos no edifício. De notar o tratamento da fachada, que contém uma torre facetada encimada por um farol (que se acende à noite) e também o corpo correspondente ao grande hall para o público, no qual se encontram três murais de Almada Negreiros, rasgado pelas grandes montras.
Actualmente destina-se ao uso para o qual foi inicialmente projectado.
Em 1941 a Prémio Valmor não foi atribuída, situação que ocorre novamente em 1948.
Em 1942 foi premiado um edifício de habitação (39)

para rendimento localizado na Rua da Imprensa, 25 com projecto do arquitecto António Maria Veloso dos Reis Camelo para Acácio e Vieira, Lda. Edifício de expressão modernista é interessante pela volumetria das fachadas lateral e posterior. Destina-se ainda a habitação.
O edifício de habitação premiado em 1943 e os edifícios premiados nos anos seguintes são exemplos bastante representativos do chamado estilo “Estado Novo”. Neste período vão premiar-se obras que primem pelo tradicionalismo, não se esperando quaisquer inovações nas obras submetidas a avaliação pelo júri. Assim, a obra premiada neste ano, um edifício de habitação (40)

situado na Avenida Sidónio Pais, 6, com projecto dos arquitectos Raul Rodrigues Lima e Fernando Silva (1914-1983) para António Cardoso Ferreira, cumpre o pretendido.
É também neste ano, 1943, que pela primeira vez é entregue o Prémio Municipal de Arquitectura. Premiou-se nesse ano um edifício de habitação (41)

situado na Avenida António Augusto de Aguiar, 9, com projecto do arquitecto Miguel Simões Jacobetty Rosa, cujo proprietário era Adriano da Costa Carvalho. Actualmente funciona neste edifício a Sociedade Industrial de Exploração de Hotéis Lda.
Pela primeira vez, em 1944, o Prémio Valmor e o Prémio Municipal de Arquitectura distinguem o mesmo edifício. Trata-se de uma moradia (42)

situada na Avenida Pedro Álvares Cabral, 67 cujo autor e proprietário era o arquitecto Luís Ribeiro C. Cristina da Silva (1896-1976). Com uma volumetria densa e pesada e simplicidade decorativa, mantém a função original.
Em 1945 o Prémio Valmor foi atribuído a um edifício de habitação (43)

localizado na Avenida Sidónio Pais, 14, propriedade de Ferreira & Filho, Lda., com projecto de arquitectura de António Maria V. dos Reis Camelo. Construído no estilo “Estado Novo”, tem um aspecto sólido e algo monótono, com uma fachada em duas cores. O torreão de entrada do edifício eleva-se mais um piso que o restante edifício, sendo rematado por pináculos e telhado com grande inclinação. Mantém a função original.
O premiado com o Municipal de Arquitectura deste ano trata-se de um edifício de habitação (44)

situado na Praça Duque de Saldanha, 31, um projecto do arquitecto João Simões (1908-?) para José Alexandre Matos, enquadrado dentro do estilo da época. Mantém a função original.
Em 1946 coube o Prémio Valmor a um edifício de habitação (45)

situado na Avenida Casal Ribeiro, 12, propriedade de Fortunato Cardoso Nunes e Saúl Saragga com projecto do arquitecto Fernando Silva. Ao contrário dos premiados nos anos anteriores, o júri optou por um edifício modernista. Serve o propósito de origem, edifício habitacional com estabelecimento comercial no piso térreo.
O Prémio Municipal de Arquitectura desse ano coube a uma moradia (46)

situada na Rua D. Francisco de Almeida, 9, propriedade de Maud Santos Mendonça e projecto de arquitectura de Carlos João Chambers Ramos (1897-1969). Actualmente funciona aqui a Embaixada da Argélia.
Em 1947 foi premiada, com o Prémio Valmor, uma moradia (47)

situada na Rua S. Francisco Xavier, 8, que o arquitecto Jorge de Almeida Segurado (1898-1990) projectou para si próprio. Construção elegante de um piso e rodeada de jardim, sofreu alterações na sua estrutura em 1960. Actualmente funciona aqui a Embaixada da Tailândia.
O edifício de habitação (48)

premiado com o Prémio Municipal de Arquitectura em 1947 enquadra-se na estética do chamado “Português Suave”, apresentando características da arquitectura residencial do Estado Novo. Situado na Avenida Sidónio Pais, 16, com projecto de arquitectura de Porfírio Pardal Monteiro para Sousa e Campos, Lda. é semelhante a um edifício da mesma rua premiado com Valmor em 1945, mantendo a sua função original.
Em 1949 o Prémio Valmor foi atribuído a um edifício de habitação (49)

com o piso térreo ocupado por estabelecimento comercial, situado na Rua Artilharia Um, 105, um projecto do arquitecto João Simões para a Companhia de Seguros Sagres.
Modelo de referências da arquitectura do Estado Novo, cruzando modelos do século XVIII com a arquitectura tradicional portuguesa. Mantém a função original.
O Prémio Municipal de Arquitectura foi atribuído a um edifício habitacional (50)

situado no Largo de Andaluz, 15, um projecto dos arquitectos José Lima Franco (?-?) e Dário Silva Vieira (?-?) para o promotor Manuel José Vieira. Mantém a função original
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