1920/1929

No ano de 1920 o Prémio Valmor não foi atribuído.
A obra galardoada em 1921 com o Prémio Valmor foi o restauro de um Palácio Setecentista (28)

na R. Cova da Moura, nº 1 projectado por Tertuliano Marques (1883-1942) e pertencente a João Ulrich.
Até à data tinha sido o único caso de atribuição do prémio a um restauro, considerado significativo “por se desenvolver dentro de uma arquitectura tradicionalista portuguesa das mais belas”.
Apesar de ainda existir, foi profundamente modificado e acrescentado em 1950 e adaptado para ali funcionar uma dependência do Ministério da Defesa.
Em 1922 o Prémio Valmor também não foi atribuído.
Em 1923 o Prémio Valmor foi atribuído a um edifício de habitação (29)

sito na Av. da República, 49 com projecto da autoria de um dos arquitectos da nova geração, Pardal Monteiro (1897-1957), sendo Luís Rau o seu proprietário.
Resistindo à renovação da Avenida este edifício surge apertado entre dois caixotes que o diminuem.
Com a fachada recentemente pintada de amarelo, funciona ali um externato e as lojas estão ocupadas.
Os anos de 1924 a 1926 foram marcados por uma profunda crise interna da Câmara de Lisboa, o que esteve certamente na origem da não atribuição do Prémio Valmor nesses anos.
Em 1927 o Prémio Valmor foi atribuído à Pensão Tivoli (30)

situada na Av. da Liberdade, nºs 176-180, pertencente a José de Sousa Brás, devendo a sua arquitectura a Manuel Norte Júnior.
Este edifício é marcadamente urbano, tem a frente muito reduzida onde é ocupada toda a profundidade do terreno e completamente abolido qualquer espaço livre.
Esta obra foi alterada logo em 1930. Sendo ampliada a Pensão deu lugar ao Hotel Lis que foi demolido em 1980 à excepção da fachada. Esta esteve amparada por uma cintura de ferro e depois foi integrada no Tivoli Fórum.
O Prémio Valmor de 1928 coube ao Palacete Vale Flor (31)

na Calçada de Stº Amaro, 83-85, projectado pelo Arqº Pardal Monteiro sendo a Sociedade Agrícola Vale Flor sua proprietária.
Era uma habitação isolada de estrutura ainda bastante clássica.
O júri recomendou a moradia com jardim como um “modelo de um género de construções que muito conviria desenvolver nas encostas de Lisboa, para interromper com manchas de verdura a monotonia do casario banal e para multiplicar os terraços de onde se possam desfrutar os incomparáveis panoramas da cidade”. Foi demolido em 1953 para dar lugar a um edifício de habitação.
Em 1929 o Prémio Valmor foi para uma moradia unifamiliar (32)

pertencente a Félix Lopes e cujo projectista foi Pardal Monteiro.
Esta moradia situa-se na Av. 5 de Outubro, nºs 207-215 e utilizava uma linguagem de formas art deco e foi considerado “um belo exemplar da arquitectura moderna, impondo-se pelo equilíbrio das suas proporções, pela harmonia da sua decoração”. Bem conservada, a moradia tem as duas garagens adaptadas a uma repartição pública
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